ISSN-L: 0798-1015 • eISSN: 2739-0071 (En línea)
https://www.revistaespacios.com Pag. 79
Vol. 43 (09) 2022 • Art. 6
Recibido/Received: 10/08/2022 • Aprobado/Approved: 14/09/2022 • Publicado/Published: 15/09/2022
DOI: 10.48082/espacios-a22v43n09p06
O estado da arte sobre o uso da imagem fotográfica no
ensino e na educação ambiental
State of the art on the use of the photographic image in environmental education
MACHADO, Daniele Francine
1
DA SILVA, Josie Agatha Parrilha
2
DA SILVA, Silvio Luiz Rutz
3
Resumo
O objetivo dessa pesquisa foi realizar uma revisão sistemática do estado da arte sobre a fotografia no
ensino de uma forma geral, e na Educação Ambiental, visando contribuir para uma reflexão com relação
á sensibilidade, criatividade, estética e o pensar crítico no processo ensino aprendizagem. Como coleta
de dados utilizou-se uma busca com os descritores “Fotografia no Ensino”, “Fotografia na Educação
ambiental”, e “Fotografia no Desenvolvimento Sustentável” nos bancos de dados da Associação
Brasileira de Dissertações e Teses (ABDT), Periódicos da Capes, e a Biblioteca Scientific Eletronic Library
Online (Scielo). Após uma definição criteriosa de exclusão e inclusão, restaram 17 materiais que
incluíram dissertações e teses. A metodologia utilizada foi à qualitativa e quantitativa, como forma de
analisar os dados utilizou-se o software Iramuteq, bem como foram elencadas categorias através de
uma análise dos materiais obtidos. Os resultados apontaram que há um baixo número de materiais
voltados tanto para o Ensino em geral, quanto para a Educação Ambiental.
Palabras clave: educação ambiental. ensino. Fotografía.
Abstract
The objective of this research was to carry out a systematic review of state of the art on photography in
teaching in general and in Environmental Education, aiming to contribute to a reflection, aiming to
contribute to a reflection on sensitivity, creativity, aesthetics, and critical thinking in teaching learning.
For data collection we used a search as the descriptors “Photography in Teaching,” “Photograph in
Environmental Education,” and “Photography in Sustainable Development” in the databases of the
Brazilian Association of Dissertations and Theses (BADT), Capes Journals, and the Scientific Eletronic
Library Online (Scielo). After a careful definition of exclusion and inclused, 17 materials were left, which
included dissertations and theses. The methodology used was qualitative and quantitative; as a way to
analyze the data, Iramuteq software was listed by analyzing the materials obtained. The results showed
a low number of materials focused on Education in general, as for Environmental Education.
Keywords: environmental education. photography. teaching.
1
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática Universidade Estadual de Ponta Grossa. Email:
dani_fran18@yahoo.com.br
2
Docente do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática Universidade Estadual de Ponta Grossa. Email:
josieaps@hotmail.com
3
Docente do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática Universidade Estadual de Ponta Grossa. Email: rutz@uepg.br
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educação ambiental»
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1. Introdução
Vivemos em uma era de inovações tecnológicas e seu avanço tem se intensificado cada vez mais, e vem se
refletindo no cotidiano e na vida das pessoas, seja através do uso de tecnologias domésticas, tecnologias
médicas, tecnologias de transporte, tecnologia da comunicação e informação, entre outras. Uma das
possibilidades de se utilizar a tecnologia nas relações com a sociedade é usar de um meio pelo qual as pessoas
estão mais habituados no seu dia a dia, e nesse quesito o ensino tem grande participação e contribuição, através
do uso de aulas expositivas, sendo utilizado televisores, multimídias, computadores, microscópios, entre outros
equipamentos.
Nessas ferramentas tecnológicas utilizadas no ensino, há um elemento muito importante na participação dessa
construção, que é a imagem. Através da imagem conseguimos identificar muitos elementos que nos auxiliam na
formação de nossas capacidades cognitivas. Segundo o dicionário de língua portuguesa, a etimologia da palavra
imagem vem do latim “imago”, que significa figura, sombra e imitação, em um significado mais específico quer
dizer a representação de uma pessoa, uma pintura, desenho, escultura, um objeto, etc, bem como a definição
utilizada como uma experiência sensorial e como representação mental sobre um conceito, vinculada ao
pensamento. Diante disso, além de ter outras definições, nesse contexto, temos um significado dotado sobre o
material, ao que vemos, como sendo uma matéria que ocupa lugar no espaço, e sobre o que é pertencente ao
nosso pensamento.
O uso da imagem contribui para a alfabetização visual no ensino, mas infelizmente nem sempre a utilização da
imagem vem sendo atribuída com esse objetivo. Santaella (2012, p.13) traz o significado de alfabetização visual
relacionado ao aprender a ler imagens, aprimorar a observação de seus elementos significativos, detectar o que
a imagem quer dizer além do que é visto, o que há além dessa imagem, focando apenas nela, adquirindo desta
forma um conhecimento que nos leve a desenvolver a nossa sensibilidade para ler a imagem e compreender o
que esta quer nos passar, em que contexto ela está inserida, o que ela significa, o que quer transmitir, e quais
são suas especificidades com relação a realidade que almeja demonstrar.
Diante deste pensamento, temos a imagem voltada para o pensar e refletir sobre ela, sobre desenvolver um
olhar sensível para que desta forma possamos identificar e construir a leitura de imagens. Visando alcançar essa
sensibilização visual, temos também um tipo de imagem muito presente em nosso cotidiano, que é a imagem
fotográfica. Diante disso um dos meios pelos quais a imagem é utilizada, está relacionada a tecnologia, sendo
esta a imagem fotográfica, algo que Santaella (2012, p. 72) nomeia como “imagens tecnológicas”, pelo fato de
que o ser humano atribui uma técnica para a sua construção, em que é utilizada uma máquina nessa integração
do uso da técnica, tornando um processo automático.
A fotografia é uma ferramenta muito utilizada no ensino sobre diversos temas, que proporciona o aluno
conseguir identificar aspectos, características, elementos, materiais, entre outros, que não fazem parte do seu
cotidiano, tal como por exemplo, identificar espécies de plantas presentes em uma determinada região que não
seja a qual habita, identificar células epiteliais, que não seja pelo uso do microscópio e em forma de desenho,
enfim são vários os exemplos entre diversas áreas do saber relacionado a imagens fotográficas, e a facilidade em
se utilizar esse tipo de imagem. A preocupação se estabelece relacionado a seu uso dentro da sala de aula, como
uma ferramenta que proporciona alcançar uma alfabetização visual, a fim de que os alunos possam desenvolver
um pensamento crítico, sensível e reflexivo a respeito do ensino.
Relacionado a esse pensar visando pela construção de um pensamento crítico, que leve a reflexão, e do olhar
sensível, tem-se um tema muito pertinente no ensino de ciências, e em outras disciplinas, e de fundamental
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importância, tanto como uma forma de interdisciplinaridade entre as áreas do saber, que é sobre o
desenvolvimento sustentável. Por que pensar sobre esse tema? Diante do quadro atual que vivenciamos
repensar nossas atitudes com relação a nossa prática consciente relacionada ao meio que vivemos é de extrema
importância, a fim de não apenas garantir a nossa sobrevivência, mas de muitos outros seres vivos que aqui
habitam. Pensar que se cada indivíduo fizer a sua parte com relação ao cuidado que se deve ter com o meio
ambiente, somadas a tantas outras atitudes, teremos melhores possibilidades de ter uma qualidade de vida e
proporcionar isso também aos demais. O uso da fotografia no ensino vem sendo apresentada como uma
ferramenta pedagógica utilizada pelo professor a fim de proporcionar uma aprendizagem mais significativa,
atribuída ao ensino de uma forma geral relacionada a interdisciplinaridade, a fim de buscar por uma alfabetização
visual, identificar e observar o espaço e lugar a sua volta, e proposta como motivação para o ensino. Com relação
ao ensino sobre desenvolvimento sustentável e na educação ambiental, o que vem sendo proposto com relação
à utilização da fotografia como ferramenta pedagógica?
Nesse sentido, visando responder a essa pergunta e considerando estabelecer uma visão a respeito de como se
encontra o tema proposto sobre o uso da fotografia no ensino, tem-se a relevância deste artigo, pelo qual teve
como objetivo analisar a respeito desse tema em dissertações e teses, que têm como sujeitos alunos, o ensino,
a prática e o uso da imagem fotográfica no ensino de uma forma geral, e o ensino voltado para o
desenvolvimento sustentável e a educação ambiental.
2. Percurso metodológico
Segundo o propósito dessa pesquisa, foi realizada uma revisão sistemática do estado da arte a respeito da
fotografia no ensino de uma forma geral e relacionada especificamente ao desenvolvimento sustentável. A
princípio uma busca foi realizada na base de dados – Scientific Eletronic Librari Online (Scielo) Associação
Brasileira de Dissertações e Teses (ABDT) e Periódicos da Capes, utilizando os descritores: “Fotografia no Ensino”,
“Fotografia no Desenvolvimento Sustentável”, e “Fotografia na Educação Ambiental.” Nessa pesquisa foram
consideradas as produções sobre o tema, entre os anos de 2015 a 2020 (tabela 1), pelo qual optou-se por abordar
uma pesquisa qualitativa, e como recurso de análise de dados, utilizou-se o software Iramuteq.
Tabela 1
Materiais Encontrados
Base de Dados
Materiais Encontrados com os Descritores
Materiais
Considerados
Fotografia no
Ensino
Fotografia no
Desenvolvimento
Sustentável
Fotografia na
Educação Ambiental
ABDT
625
73
63
26
Periódicos da Capes
345
24
90
13
Scielo
11
0
6
2
Total de Materiais
981
97
159
41
Fonte: Os Autores
Após essas buscas nas bases de dados selecionadas, foram verificados os trabalhos que se repetiam, foram lidos
os títulos e resumos dos materiais, e estabelecidos os critérios de inclusão e exclusão para análise. Os critérios
de inclusão foram: materiais que exploraram a relação Fotografia e Ensino inserida em uma prática pedagógica.
Foram excluídos todos os trabalhos que não utilizaram a fotografia como uma ferramenta no ensino e pela
quantidade de materiais encontrados referentes a serem dissertações e teses, optou-se por focar apenas nesse
tipo de material. Desta forma foram para essa análise foram considerados 41 materiais, e por critério de
exclusão, foram selecionados 17 materiais, sendo 14 dissertações e 3 teses.
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Após a leitura completa de cada material, notou-se a semelhança que os autores apresentaram segundo a sua
área de estudo. De acordo com a tabela 2, obteve-se o seguinte resultado.
Tabela 2
Materiais Encontrados
ÁREA DE ESTUDO
MATERIAIS SELECIONADOS
ARTE
4
BIOLOGIA
2
GEOGRAFIA
3
HISTÓRIA
1
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
3
LETRAS
2
INTERDISCIPLINAR
2
Fonte: Os Autores
Apesar de a área de estudo ser a mesma, alguns autores não tiveram o mesmo foco para obter as mesmas
perspectivas dentro da área que pretenderam estudar, desta forma foram elencadas categorias que estiveram
presentes em outras áreas de ensino, pelo qual foram agrupadas em uma mesma categoria. As categorias foram
selecionadas de acordo com a comparação dos materiais com relação aos objetivos e resultados alcançados,
levando em conta a metodologia aplicada e a conclusão de cada pesquisa.
As categorias foram:
• Categoria 1: Prática Fotográfica que vise reflexão, criatividade, olhar crítico e responsável.
• Categoria 2: A fotografia na Alfabetização Visual.
• Categoria 3: Prática Fotográfica com a intenção de ser interdisciplinar
• Categoria 4: A Fotografia Vinculada a compreensão da paisagem, espaço e lugar.
• Categoria 5: A Fotografia como uma proposta de ser interessante, motivadora e interativa no Ensino.
• Categoria 6: A Fotografia como ferramenta didática na Educação Ambiental
3. Resultados
3.1. Categoria 1: Prática fotográfica que vise reflexão, sensibilidade, criatividade, olhar
crítico e responsável no ensino
Nesta categoria foram elencados os materiais que tiveram como foco alcançar através da prática fotográfica uma
reflexão a seu respeito, que vise à sensibilidade, criatividade, bem como um olhar crítico e responsável, tanto
nos alunos quanto professores.
Diante disso reuniram-se quatro materiais que estavam de acordo com os propósitos dessa categoria, e foram
agrupados em forma da tabela 3.
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Tabela 3
Materiais sobre a prática fotográfica que vise reflexão, sensibilidade, criatividade, olhar crítico e responsável no ensino
AUTOR
TÍTULO
NOME DO
PROGRAMA
ÁREA DE
ENSINO
INSTITUIÇÃO
ANO
SOUZA, A. F.
DA VISÃO
REPRODUTORA DE
IMAGENS AO
PENSAMENTO
FOTOGRÁFICO:
TRAJETÓRIAS PARA A
CONSTRUÇÃO DE UM
NOVO OLHAR ATRAVÉS
DO ENSINO DE ARTES
VISUAIS
PÓS-GRADUAÇÃO
EM ARTES VISUAIS
ARTES
VISUAIS
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE PELOTAS
2016
BORDIM, L. L.
O ENSINO DA ARTE NA
ATUALIDADE MEDIADO
PELA IMAGEM
FOTOGRÁFICA
PROPULSORA REFLEXIVA
PÓS-GRADUAÇÃO
EM MÍDIA E
TECNOLOGIA
ARTES
VISUAIS
UNIVERSIDADE
ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA
FILHO”
2020
MALVERDES, C
Z
Fotografia e Ensino: USO
E APLICAÇÃO DA
FOTOGRAFIA NO
PROCESSO DE
APRENDIZAGEM NO
ENSINO DE HISTÓRIA E
EDUCAÇÃO
PATRIMONIAL
PROGRAMA DE PÓS-
GRADUAÇÃO EM
ENSINO NA
EDUCAÇÃO BÁSICA
HISTÓRIA
UNIVERSIDADE
FEDERAL DO
ESPÍRITO SANTO
2017
LIMA, V. S
A TRAVESSIA DO
ESPELHO FOTOGRAFIA E
APRENDIZAGEM
ARTÍSTICA
ESCOLA DE
COMUNICAÇÕES E
ARTES
ARTES
VISUAIS
UNIVERSIDADE DE
SÃO PAULO
2015
Fonte: Os Autores
Na dissertação de Souza (2016) intitulado como “Da visão reprodutora de imagens ao pensamento fotográfico:
trajetórias para a construção de um novo olhar através do ensino de artes visuais” a autora indaga sobre a
produção de fotografias além do simples ato de apertar um botão e gerar imagens fotográficas, desta forma
questionando sobre como alcançar a estética, a criatividade, sensibilidade e reflexão com essa prática. Diante
desse contexto, a autora discorre sobre a popularização que a fotografia alcançou, devido à disponibilidade de
se encontrar uma câmera em celulares e tablets, algo perceptível na vida cotidiana das pessoas, tanto de forma
amadora, quanto profissional, como também no fazer artístico, levando a pensar nessa prática como uma forma
de expressão que devemos utilizar.
A autora em sua obra procura refletir sobre a importância e relevância de se ter uma prática consciente, reflexiva
e crítica, objetivando um olhar crítico com sua proposta didática, visando uma educação visual, fotográfica,
estética e imagética, com a missão de estar comprometido em subverter o fazer fotográfico indiscriminado,
partindo da prática escolar, em que a arte proporciona outras perspectivas e práticas significativas sobre o ato
de fotografar, que seja além da reprodução de imagens. Diante disso o objetivo de sua pesquisa foi proporcionar
clareza aos alunos com relação ao ato de fotografarem, proporcionando um pensamento que fosse pautado na
reflexão, no conhecimento sensível através da experiência com a prática fotográfica, pois segundo a prática
realizada, tornar possível o estudo sobre fotografia é uma proposta importante, pois aproximam as relações
artísticas com as vivências dos alunos, devido á maioria dos alunos de sua pesquisa possuir um aparelho com
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acesso a câmera fotográfica. Desta forma, nos traz a reflexão sobre a prática fotográfica como uma banalização,
devido a forma como tem sido reproduzia e copiada, gerando um volume de imagens, sem que haja o despertar
do olhar e interesse. Sua pesquisa visou também pela prática voltada para a base dos sentidos, gerando
sensações com relação ao criar imagens, que despertem o interesse visual, fazendo sentido a prática, objetivando
a construção de um novo olhar. A autora debate sobre esse olhar voltado para uma prática crítica, consciente,
criadora e criativa na construção de um novo olhar. A metodologia aplicada foram aulas teóricas e práticas com
os alunos, com o intuito de contribuir com a construção de um caráter criador, crítico, reflexivo e produtor de
sentidos, com o intuito de gerar produções mais íntimas, afetivas, sensíveis e portadoras de mensagens visuais
significativas, principalmente para quem as produz.
Em relação à dissertação apresentada por Bordin (2020) em “O ensino da arte na atualidade mediano pela
imagem fotográfica propulsora reflexiva” apresenta um estudo que busca discutir sobre a imagem fotográfica e
suas proposições reflexivas, com relação a sua produção e repercussão tanto cultural quando na educação. Além
do pensar reflexivo, traz também a preocupação em provocar o crítico-sensível, destacando a importância da
compreensão de metodologias que visem essa reflexão no processo aprendizagem no ensino de artes visuais,
problematizando a questão de como o ensino através do uso da imagem consegue alcançar a transformação do
pensamento sobre a realidade tecnológicas que vivenciamos e partilhamos, por isso destaca sobre a relevância
do uso da imagem tecnológica no desenvolvimento do ser consciente e crítico na produção mediática. Discute
sobre a popularização da tecnologia, tais como a câmera digital, e a produção inconsciente, sem uma reflexão
com relação a essa prática. Devido à facilidade de se dispor de um recurso fotográfico, no que se refere a criar,
manipular e recriar imagens que a responsabilidade e consciência sobre tal prática deixa de ser pensada e
refletida. Um dos meios utilizados com relação ao ensino e prática foi à realização de um projeto educacional
fotográfico com os alunos, proporcionando aulas e práticas criativas reflexivas da fotografia para o ensino da
arte, com o objetivo de ampliar o pensamento sobre a importância dessa prática não apenas na escola, mas em
todos os ambientes educativos que proporcionam buscar aprofundar o conhecimento em relação ás
responsabilidades e consciência de uma sociedade cidadã.
Na dissertação de Malverde (2017) a “Fotografia e Ensino: Uso e Aplicação da Fotografia no Processo de
Aprendizagem no Ensino de História e Educação Patrimonial” a autora tem como objetivo promover um diálogo
entre a contribuição de novas fontes no processo de ensino aprendizagem, possibilitando ao aluno ser
investigador e produtor de seu próprio conhecimento histórico, utilizando-se do uso a imagem fotográfica como
ferramenta pedagógica, auxiliando no processo ensino aprendizagem. Em sua obra, a autora buscou contribuir
com uma proposta inovadora no ensino, em que o uso de documentos em sala de aula possa promover a
formação de indivíduos críticos, dotados de atitudes e opiniões. Procurou trabalhar com metodologias que
envolvessem o corpo pedagógico da escola como parceiros ao longo do processo de desenvolvimento e como
coleta de dados para auxiliar em uma prática de observação e percepção, foi realizada visitas a pontos históricos
de um município, possibilitando alunos a utilizarem câmeras amadoras, permitindo o registro de conteúdos,
visando á estética e criatividade do ambiente, para uma discussão teórica foram realizadas aulas expositivas,
seguidas de aulas expositivas, questionários e entrevistas como instrumentos de verificações, para que desta
forma fosse possível diagnosticar a visão que os alunos possuíam em relação ao ensino de história vinculado a
prática fotográfica, e uma oficina e exposição fotográfica com as fotos produzidas pelos alunos.
Como resultado a autora apresentou a fotografia como uma proposta educativa por meio da investigação,
reflexão, criação do conhecimento a ser produzido, possibilitando promover atitudes e competências
objetivando que os alunos desenvolvessem atitudes reflexivas críticas e comprometidas com o ambiente que
vivenciam, ampliando a percepção estética e criativa sobre os lugares, paisagens sociais, culturais,naturais, a fim
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e que a fotografia estivesse envolvida no processo de aprendizagem sem ser apenas uma prática ilustrativa.
Apontou a fotografia como uma prática pedagógica em sala de aula, como uma das possibilidades múltiplas no
ensino, utilizando a linguagem fotográfica como um recurso pedagógico ajudar a desenvolver o raciocínio
concreto, observação, reflexão, percepção, criatividade e o ser crítico.
A autora Lima (2015) em sua obra “A Travessia do Espelho: Fotografia e Aprendizagem Artística” faz uma reflexão
sobre o que é e o que pode ser o processo de ensino aprendizagem na arte, com relação á prática fotográfica,
pelo qual iniciou a prática com o trabalho fotográfico do fotógrafo e educador Miguel Chikaoka, em que
prevalece à estética, comparado a técnica, proporcionando desta forma uma aprendizagem artesanal e sensorial.
Nos estudos desenvolvidos a fotografia foi um fio condutor no processo ensino aprendizagem da arte, resultando
dessa forma uma perspectiva para reflexão sobre a educação em uma sociedade visual, em que a imagem está
presente no cotidiano das pessoas. Elencou como objetivos a fotografia como um instrumento que pode
potencializar o trabalho educativo, e como coleta de dados foi utilizada uma oficina com a utilização de práticas
de Miguel Chikaoka, visando à compreensão do uso das lentes as câmeras, noção de profundidade, levando a
autora juntamente com seus alunos conhecendo o processo de dentro pra fora através da experiência, e como
esse recurso pode interferir na construção de imagens. Por fim, segundo a autora, a realização desse estudo foi
uma experiência significativa, em que a tal “a travessia do espelho” foi uma forma de demonstrar a construção
de um novo olhar dos alunos em respeito a prática fotográfica, trazendo reflexão, diálogo, imaginação,
criatividade nessa construção de imagens.
3.2. Categoria 2: A fotografia na Alfabetização Visual
Nesta categoria estão inseridos os materiais que procuram discutir a fotografia em um contexto que vise com
sua prática a Alfabetização Visual. Foram selecionados três materiais que estavam de acordo com essa proposta
de ensino, e foram elencados em forma de tabela 4.
Tabela 4
Materiais sobre a fotografia na alfabetização visual
AUTOR
TÍTULO
NOME DO
PROGRAMA
ÁREA DE ENSINO
INSTITUIÇÃO
ANO
BRANDÃO,
M. A. O
CULTURA VISUAL E
FORMAÇÃO DO
OLHAR: DESAFIOS
CONCEITUAIS E
DIDÁTICOS PARA O
CURRÍCULO
ESCOLAR
PROGRAMA DE
PÓS-GRADUAÇÃO
EMEDUCAÇÃO
INTERDISCIPLINAR
POINTIFÍCIA
UNIVERSIDADE
CATÓLICA DE SÃO
PAULO
2015
OLIVEIRA, E.
S. L.
A FOTOGRAFIA
COMO OBJETO DE
COMPREENSÃO
TEXTUAL NO LIVRO
DIDÁTICO
PROGRAMA DE
PÓS-GRADUAÇÃO
EM LETRAS
LINGUAGENS
UNIVERSIDADE DO
OESTE PAULISTA
2015
ANDRADE, C.
C. A.
LETRAMENTO
VISUAL:
TRABALHANDO A
FOTOGRAFIA
DOCUMENTAL NO
AMBIENTE
ESCOLAR
PROGRAMA DE
PÓS-GRADUAÇÃO
EM LETRAS
PROFISSIONAL EM
REDE
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE
SERGIPE
2015
Fonte: Os Autores
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Na dissertação de Andrade (2015) a autora discorre sobre a dificuldade que os alunos possuem em ler,
interpretar e correlacionar imagens, em especial as imagens fotográficas utilizadas nos livros didáticos, jornais,
revistas impressas ou virtuais. Ela traz a fotografia documental na reflexão crítica do que se registra, discute
sobre a iconografia, letramento visual na junção da imagem e texto verbal, ressaltando sobre a necessidade de
uma leitura ampla na junção de imagens e palavras, e faz considerações a respeito do gênero textual. A fotografia
documental, segundo a autora, possui um caráter multiletrado e multimodal, e precisa ser estudado na escola,
já que faz parte dos livros didáticos utilizados em sala. O objetivo de sua pesquisa foi proporcionar o letramento
visual em turmas do 9° ano do Ensino Fundamental, apresentar estratégias de leitura de imagens, para que desta
forma os alunos envolvidos pudessem ler imagens de forma crítica. A metodologia aplicada foi de caráter
qualitativo, pelo qual se utilizou as fotografias de Salgado, com o intuito de trazer reflexão com relação à
condição social, interpretação crítica da realidade através da leitura de imagens com ênfase em atividades de
produção fotográfica. Como coleta de dados foi utilizada a aplicação de questionários, a observação e a
sistemática participativa. Para que se pudessem analisar as fotografias utilizadas pelo fotógrafo Salgado, foi
necessário compreender sobre a gramática do design visual, para que assim fosse possível analisar
semiologicamente as fotos escolhidas. Como resultado de seus estudos, a autora apontou sobre a necessidade
de se trabalhar a alfabetização e letramento visual nas escolas no processo ensino aprendizagem, capacitando
os alunos a lerem as imagens estabelecendo relações de sentido entre a linguagem verbal e não verbal.
Na dissertação de Oliveira (2015) em sua obra “a Fotografia como objeto de Compreensão textual no Livro
didático” o autor traz a fotografia como objetivo de compreensão textual no livro didático. A metodologia foi
analisar os procedimentos metodológicos propostos em um livro do 9° ano do ensino fundamental anos finais
para que se pudesse compreender sobre o textual da fotografia, baseando-se em conceitos relacionados a
representação da leitura da linguagem visual. O autor discute sobre a leitura da fotografia na a construção das
relações significativas existentes entre o texto e a vida, pertencente a um discurso plurissignificativo, visando
uma reflexão crítica sobre os modos de compreensão textual proposto no ensino, despertando também maior
interesse na leitura de mundo pelas linguagens diversas, em que um dos caminhos é a utilização da leitura
fotográfica como elemento na construção textual e cultural. Como resultado esse estudo buscou contribuir e
apontar reflexões sobre a abordagem crítica que a fotografia proporciona, para que práticas auxiliem em um
ensino qualificado da linguagem visual.
Na tese “Cultura visual e a Formação do Olhar Desafios Conceituais e Didáticos para o Currículo Escolar” da
autora Brandão (2015) discute sobre o bombardeamento de imagens consequentemente aparecendo outra
forma de analfabetismo, o analfabetismo visual, incapacitando na compreensão de como as imagens influenciam
no pensamento e reflexão de contextos históricos, fazendo com que alunos tenham dificuldade na leitura de
imagens e sem uma visão crítica. Por isso a necessidade de se discutir, questionar as dificuldades das leituras. O
objetivo foi diagnosticar a origem das dificuldades de leitura e a critica de imagens de alunos do 9° ano à
formação do olhar a partir do levantamento curricular, ensaios pedagógicos na leitura de imagens. O objetivo foi
desenvolver um alfabetismo crítico em relação á mídia. À metodologia utilizada foi qualitativa, pelo qual se
buscou interpretar a significação que os alunos atribuem em suas falas e leituras, a coleta de dados consistiu de
uma análise de um conjunto de fotografias e de textos feita pelos alunos. Como resultados a autora concluiu que
os alunos estão expostos a muitas imagens fotográficas, e que eles apresentam baixa capacidade de leitura, e
destacou que é preciso ampliar o alfabetismo crítico relacionado a mídia, que contribua com a autonomia dos
indivíduos, tornando-os mais ativos e críticos no meio social.
ISSN-L: 0798-1015 • eISSN: 2739-0071 (En línea) - Revista Espacios – Vol. 43, Nº 09, Año 2022
MACHADO, Daniele Francine et al. «O estado da arte sobre o uso da imagem fotográfica no ensino e na
educação ambiental»
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3.3. Categoria 3: Prática Fotográfica com a intenção de ser interdisciplinar
Nesta categoria foram reunidos todos os materiais que tiveram como foco abordar sobre a fotografia no ensino
no contexto interdisciplinar em que buscou envolver outras disciplinas, bem como chegou ao resultado de que
pudesse ser inserida tal prática em várias outras disciplinas. Foram considerados três materiais para esta
categoria, elencados na tabela 5.
Tabela 5
Materiais sobre a Prática Fotográfica com a Intenção de ser Interdisciplinar
AUTOR
TÍTULO
NOMEDOPROGRAMA
ÁREADEENSINO
INSTITUIÇÃO
ANO
ROSA, J.D
OS MULTILETRAMENTOS
NO ESTUDO DO
MUNICÍPIO EM
GEOGRAFIA: UMA
PRÁTICA
INTERDISCIPLINAR
UTILIZANDO FOTOGRAFIA
E ESCRITA
PROGRAMA DE PÓS-
GRADUAÇÃO EM EM
ENSINO DE LÍNGUAS
GEOGRAFIA
UNIVERSIDADE
FEDERAL DO
PAMPACAMPUS
BAGÉ
2016
JUNIOR, M.
A. J. F.
A FOTOGRAFIA COMO
FERRAMENTA
INTERDISCIPLINAR PARA
O ENSINO DE ARTE E
CIÊNCIAS
PROGRAMA DE PÓS-
GRADUAÇÃO EM
DOCÊNCIA PARA A
EDUCAÇÃO BÁSICA
CIÊNCIAS E
ARTES
UNIVERSIDADE
ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA
FILHO”
2017
EGAS, O.
M. B
METODOLOGIAS
ARTÍSTICAS DE PESQUISA
EM EDUCAÇÃO E
DESLOCAMENTOS NA
FORMAÇÃO DOCENTE: A
FOTOGRAFIA COMO
CONSTRUÇÃO DO
PENSAMENTO VISUAL
PROGRAMA DE PÓS
GRADUAÇÃO EM
EDUCAÇÃO, ARTE E
HISTÓRIA DA
CULTURA.
ARTES VISUAIS
UNIVERSIDADE
PRESBITERIANA
MACKENZIE
2017
Fonte: Os Autores
Na dissertação “Os Multiletramentos do Estudo do Município em Geografia: Uma prática interdisciplinar
Utilizando a Fotografia e Escrita” de Rosa (2016), a autora segue com o intuito de promover os multiletramentos
e também a interdisciplinaridade entre as disciplinas de geografia e outras áreas da linguagem, objetivando o
letramento visual e digital, levando a criança a conhecer através de imagens e fotografia a história, bem como o
cotidiano e as relações humanas e mostrar aos professores a importância da busca de parcerias para a realização
do trabalho interdisciplinar através de oficinas com a ajuda e profissionais habilitados. Como metodologia
utilizou-se a pesquisa-ação, aplicação do produto pedagógico elaborado, utilizando-se de diferentes tipos de
letramentos, e como coleta de dados utilizou-se de entrevistas, planejamento de uma unidade didática, oficina
fotográfica e registros realizados durante as atividades. Como resultados a autora observou a respeito da
interdisciplinaridade entre a geografia e a língua portuguesa, proporcionando momentos em que o aluno possa
planejar assuntos com o intuito de desenvolver a sua autonomia e colaboração em relação ás atividades.
Na dissertação “A fotografia como Ferramenta Interdisciplinar para o Ensino de Arte e Ciências”, no próprio título
o autor Junior (2017) fala sobre a fotografia na interdisciplinaridade entre o ensino de Arte e Ciência. Para isso
ele tem como objetivo abordar sobre as concepções dos discentes sobre essas duas disciplinas citadas e propiciar
uma reflexão sobre as práticas artísticas e científicas sobre á fotografia, propondo alguns questionamentos
revelados sobre a invenção da fotografia sobre a concepção da imagem como realidade e das ciências como
verdade. Desta forma através de respostas dos discentes ele observou a necessidade de práticas
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interdisciplinares para ampliar e desconstruir determinadas imagens equivocadas que os alunos possuem em
relação à arte e à ciência. Por fim esta pesquisa procurou analisar as concepções dos discentes sobre essas duas
disciplinas, bem como propiciar uma reflexão sobre as práticas e científicas relacionadas à fotografia.
A autora Egas (2017) em sua tese “Metodologias Artísticas de Pesquisa em Educação e Deslocamentos na
Formação Docente: A Fotografia como construção do Pensamento Visual”, teve como objetivo analisar como as
imagens fotográficas podem tornam visíveis problemas relacionados a aprendizagem, para isso procurou usar
da interdisciplinaridade entre arte, cultura e educação, visando interação entre o ensino e a pesquisa. Como
metodologia buscou descrever e discutir suas práticas, bem como a prática de vários autores relacionados à
prática fotográfica refletindo sobre suas experiências. Nesse contexto discutiu elementos sobre as definições
visuais, fotografia e pensamento visual. Como resultado chegou ao pensamento a respeito da contribuição da
do uso da imagem fotográfica na construção e conscientização da pesquisa.
3.4. Categoria 4: A Fotografia Vinculada a compreensão da paisagem, espaço e lugar
Nesta categoria foram selecionados os materiais que trouxeram a fotografia e como elemento principal vinculada
a compreensão da paisagem, espaço e lugar. Dentre esses materiais foram destacados 2 autores da área de
Geografia. Os dados são mostrados na tabela 6.
Tabela 6
Materiais sobre a Prática Fotográfica com a Intenção de ser Interdisciplinar
AUTOR
TÍTULO
NOME DO
PROGRAMA
ÁREA DE
ENSINO
INSTITUIÇÃO
ANO
HAGAT, C.L.X
APRENDER A
GEOGRAFIA PARA
LER O MUNDO: O
OLHAR DOS ALUNOS
SOBRE A CIDADE
PPGEC –
PROGRAMA DE
PÓS
GRADUAÇÃO EM
EDUCAÇÃO NAS
CIÊNCIAS
GEOGRAFIA
UNIJUÍ-
UNIVERSIDADE
REGIONAL DO
NOROESTE DO
ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL
2016
CORREIA, F. B.
O
A FOTOGRAFIA
COMO DISPOSITIVO
NA CONSTRUÇÃO DO
CONHECIMENTO
GEOGRÁFICO: A
EXPERIÊNCIA NO
MOCAMBO
PROGRAMA De
PÓS-
GRADUAÇÃO EM
EDUCAÇÃO
GEOGRAFIA
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE
SERGIPE
2017
Fonte: Os Autores
Na dissertação “Aprender a Geografia para Ler o Mundo: O Olhar dos Alunos sobre a Cidade”, a autora Hagat
(2016) discute em sua pesquisa a construção dos conceitos geográficos na vida dos alunos através do olhar
fotográfico, como recurso metodológico utilizou-se de uma pesquisa qualitativa e análise textual discursiva e
como forma de coleta de dados usou-se de entrevistas, a partir de uma atividade em que os alunos fotografassem
paisagens de uma determinada cidade. Como resultado dessa pesquisa, a autora analisou os alunos que
conseguiram ver elementos da geografia, como espaço, paisagem e lugar conseguiram ter uma visão além do
senso comum, e que esse é um desafio no âmbito escolar e como fazem a leitura de mundo a partir da fotografia
como recurso pedagógico, e através desses resultados pode se chegar a conclusão de que os alunos possuem
olhares diferentes e singulares a respeito da cidade, e ser capaz de identificar a paisagem e desta forma ler
através dela e interpretá-la.
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“Na dissertação a fotografia como Dispositivo na Construção do Conhecimento Geográfico: A Experiência do
Mocambo” o autor Correia (2017) objetivou em sua pesquisa compreender a fotografia como dispositivo
metodológico na construção do conhecimento geográfico, como tem sido a utilização da fotografia como recurso
didático em sala de aula. A metodologia utilizada foi qualitativa, e colo coleta de dados foi proposta uma
atividade em que estudantes fotografaram o espaço aonde vivem na comunidade, em que foram realizadas
oficinas e entrevistas com os estudantes. Como resultados o autor analisou sobre a necessidade de se pensar o
uso da fotografia na sala de aula, visando um discurso coletivo na discussão sobre conhecimentos geográficos, e
na construção do olhar nessa construção.
3.5. Categoria 5: A Fotografia como uma proposta de ser interessante, motivadora e
interativa no Ensino de Biologia
Nesta categoria foram elencados os materiais que trouxeram a proposta de trabalhar a fotografia de uma forma
interessante, motivadora e interativa, em que notou-se que essas características estiveram presentes em dois
matérias da área da biología, como indicado na tabela 7.
Tabela 7
Materiais sobre a Fotografia como uma proposta de ser
interessante, motivadora e interativa no Ensino de Biologia
AUTOR
TÍTULO
NOME DO
PROGRAMA
ÁREA DE
ENSINO
INSTITUIÇÃO
ANO
RESENDE, A.
T
ÁLBUM DE FOTOGRAFIA
AUTORAL EM AULAS DE
BOTÂNICA COMO
AGENTE DA MOTIVAÇÃO
DE ESTUDANTES DO
ENSINO MÉDIO DE UMA
ESCOLA PÚBLICA DA
CIDADE DE BELO
HORIZONTE
PROGRAMA DE
PÓS-GRADUAÇÃO
EM EDUCAÇÃO E
DOCÊNCIA
BIOLOGIA
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE
MINAS GERAIS
2019
WIETH, S.H
AS POTENCIALIDADES
PEDAGÓGICAS DA
FOTOGRAFIA COMO
INTERFACE ENTRE
MÍDIAS E TECNOLOGIAS
NO ENSINO E NA
APRENDIZAGEM
DA BIOLOGIA
PROGRAMA DE
PÓS-GRADUAÇÃO
EM ENSINO DE
CIÊNCIAS E
MATEMÁTICA
MESTRADO
PROFISSIONAL
BIOLOGIA
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE
PELOTAS
2015
Fonte: Os Autores
Segundo a autora Resende (2019) em sua dissertação “Álbum de Fotografia Autoral em Aulas de Botânica como
Agente de Motivação de Estudantes do Ensino Médio de uma Escola Pública da Cidade de Belo Horizonte” teve
como objetivo elaborar e investigar um material didático visando uma aprendizagem mais motivadora e
interessante utilizando-se de fotografias autorais dos próprios alunos. Utilizou-se da fotografia como recurso
didático para a compreensão e entendimento a respeito de conteúdos relacionados a área da botânica. A
metodologia utilizada foi de caráter qualitativo, e como coleta de dados foi proposto a criação de um álbum de
fotos com registros fotográficos de plantas. Como resultados chegou-se a conclusão que através dessa atividade,
foi possível que os alunos ficassem mais motivados e interessados nos conteúdos de botânica, proporcionando
uma aprendizagem voltada na autonomia e motivacional, visando que o professor repense também sobre sua
prática em qualquer área do ensino.
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Na dissertação “As Potencialidades Pedagógicas da Fotografia como Interface entre Mídias e Tecnologias no
Ensino e na Aprendizagem da Biologia” da autora Wieth (2015) procurou investigar sobre as potencialidades
pedagógicas da fotografia no ensino e na aprendizagem de elementos presentes na botânica. A metodologia foi
de caráter qualitativo, como coleta de dados foram analisados os registros de observações do conteúdo
descritivo e reflexivo de fotografias e documentos, tais como fichas e diários de observação para assim construir
com os alunos um material pedagógico, sendo estas imagens fotográficas articuladas as mídias e a tecnologia
como facilitadora no processo ensino aprendizagem. De acordo com a autora os resultados mostraram que a
fotografia proporciona formas interativas de aprendizagem em sua utilização como ferramenta didática em sala
de aula, e pode ser uma aliada ao ensino, mediadora no estudo de plantas e autônomos nessa construção.
3.6. Categoria 6: A Fotografia como ferramenta didática na Educação Ambiental
Nesta categoria foram elencados todos os materiais que estavam relacionados ao tema Educação Ambiental
conforme a tabela 8.
Tabela 8
Materiais que utilizaram a Fotografia como Ferramenta Didática na Educação Ambiental
AUTOR
TÍTULO
NOME DO
PROGRAMA
ÁREA DE
ENSINO
INSTITUIÇÃO
ANO
NASCIMENTO,
M. C. P
FOTODIAGNÓSTICO
COMO FERRAMENTA DE
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
PARA SENSIBILIZAR
SOBRE IMPACTOS DOS
RESÍDUOS SÓLIDOS NO
ECOSSISTEMA DE
MANGUEZAL.
PROGRAMA DE PÓS-
GRADUAÇÃO EM
PLANEJAMEN-TO
AMBIENTAL
EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
UNIVERSIDADE
CATÓLICA DO
SALVADOR
2018
GOMES, B. A
A FOTOGRAFIA COMO
RECURSO Á
SENSIBILIZAÇÃO
AMBIENTAL
PROGRAMA DE PÓS-
GRADUAÇÃO EM
EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
UNIVERSIDADE
DO SUL DE SANTA
CATARINA
2016
VIDO, N. R
AS FOTOGRAFIAS
VOLTADAS À RELAÇÃO
SER HUMANO-
NATUREZA PRESENTES
NOS CADERNOS DE
CIÊNCIAS DO ESTADO DE
SÃO PAULO:
INVESTIGANDO LIMITES
E POSSIBILIDADES DE
SEU POTENCIAL
EDUCATIVO.
PROGRAMA DE PÓS-
GRADUAÇÃO EM
EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
UNIVERSIDADE
ESTADUAL
PAULISTA “JÚLIO
DE MESQUITA
FILHO”
INSTITUTO DE
BIOCIÊNCIAS RIO
CLARO
2018
Fonte: Os Autores
A autora Vido (2018) em sua dissertação apresenta uma proposta de trabalhar a fotografia e a Educação
Ambiental visando o ser crítico, visando a autonomia do sujeito, em que a fotografia é uma ferramenta para se
discutir esse tema tão importante nos dias atuais. Sua pesquisa objetivou causar a sensibilização dos
participantes, proporcionando interesse sobre questões ambientais, bem como a construção do que se refere a
valores, e consequentemente tornando-os mais responsáveis em relação às suas práticas ambientais. De acordo
com a autora, para que isso ocorra de fato, se faz necessário o saber ler imagens fotográficas, que o indivíduo
possa ter uma alfabetização visual, e assim entender e compreender o que a imagem quer transmitir. Por isso
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ela traz uma reflexão em que envolve o humano e a natureza o “humano-natureza”, almejando trazer a
fotografia para alcançar esses objetivos já citados. A metodologia utilizada foi qualitativa, pelo qual utilizou-se
de 25 fotografias que envolviam essa relação humano-natureza do Caderno dos Professores e do Aluno de todas
as disciplinas do Ensino Fundamental por fotografias que estivessem ligadas com esse tema proposto, de acordo
com a quantidade de imagens que foram selecionadas, notou-se que a quantidade foi de 100 imagens, um
número consideravelmente grande para a análise, diante disso optou-se por apenas selecionar as que estavam
relacionadas a área de ciências. Como coleta de dados, utilizou-se de análises, em que realizou-se um
levantamento comparativo entre as imagens fotográficas presentes tanto no caderno do aluno, quanto do
professor, e desta forma comparando-os se apresentavam as mesmas características, bem como as fotografias
que estivessem de acordo com a relação-humano natureza. Os resultados da análise mostraram que imagens
que estavam presentes no caderno do professor, não apareceram no caderno do aluno, pelo fato de que que a
imagem fosse a resposta que se esperava do aluno,as imagens mais presentes foram as do tipo esquemáticas,
que explicaram a fotografia, e a linguagem escrita predominou quando comparada a linguagem visual, as
imagens foram apresentadas de forma reduzida mostraram a reflexão sobre as imagens fotográficas
relacionadas às questões ambientais, em que notou-se que não houve a preocupação necessária e aprofundada
que esse tema tão pertinente deveria ter tido. Para concluir a autora afirma que não houve preocupação em
relação a tratar questões de exploração de materiais, o que houve foi a importância de se tratar como recurso
natural que está em prol do ser humano, deixando a questão ambiental de lado, diante disso, é de muita
importância se trabalhar sobre a leitura de imagens, para que desta forma o aluno, bem como o professor consiga
analisar as informações que se passam através do que de fato querem transmitir, compreender as intenções ali
presentes, e assim se mostrar crítico diante disso.
Em sua dissertação “A Fotografia como recurso a sensibilização Ambiental” como o próprio título nos apresenta,
a autora Gomes (2016) procurou trazer a fotografia a fim de causar a sensibilização no que se refere a Educação
ambiental, buscando desta forma novas maneiras de se utilizar a imagem para o aprendizado, bem como tratar
a respeito da percepção ambiental. Teve como objetivo compreender sobre a percepção dos alunos sobre as
imagens que se relacionam com o tema proposto, e se elas estão provocando a sensibilização ambiental, sendo
esta uma formação comprometida com a sustentabilidade socioambiental. A metodologia utilizada foi de caráter
qualitativo e fenomenológica realizou-se uma análise de fotografias relacionadas a questões ambientais a alunos
do terceiro semestre do curso técnico integrado de comunicação visual, como coleta de dados utilizou-se de
entrevistas e fichas de observação, em que os sujeitos foram filmados. Como resultados das entrevistas,
observou-se que as fotografias podem ser utilizadas no ensino médio, proporcionando a motivação, o despertar
e a sensibilização dos alunos, sendo utilizada como um auxílio no processo ensino aprendizagem e na formação
de indivíduos críticos e atuantes na sociedade. Por fim, a autora conclui que a fotografia é um instrumento que
pode ser aliado à Educação Ambiental, capaz de influenciar e estimular a mudança de pensamento, sentimento,
pensar e repensar sobre suas atitudes relacionadas às questões ambientais.
A autora Nascimento (2018) em sua obra “Fotodiagnóstico como Ferramenta de Educação Ambiental para
Sensibilizar Sobre Impactos dos Resíduos Sólidos no Ecossistema de Manguezal” objetivou estabelecer uma
ferramenta metodológica na Educação Ambiental a respeito do ecossistema manguezal no que está relacionado
aos resíduos sólidos. Dividiu sua dissertação em três capítulos, no primeiro realizou uma revisão dos conceitos
sobre os resíduos sólidos no contexto da educação ambiental, do ecossistema do manguezal e da fotografia,
utilizando-se de um diagnóstico relacionado aos impactos ambientais com crianças, adolescentes e integrantes
de pontos da associação de moradores da comunidade, pelo qual resultou na aplicação de um fotodiagnóstico
como análise de interpretação sobre o conteúdo. No capítulo dois foi apresentado a respeito de uma proposição
de ferramenta educacional utilizando a fotografia como forma de minimizar os impactos de resíduos sólidos no
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ecossistema de Manguezal, e desta forma causar a sensibilização e despertar percepções e reflexões em relação
ao descarte inadequado de resíduos sólidos. A metodologia utilizada foi qualitativa, investigativa e experimental,
pelo qual procurou conhecer a importância do manguezal junto aos jovens da comunidade, buscando uma
metodologia educacional que estivesse voltada para jovens no ecossistema de manguezal, para isso realizou-se
um concurso de fotografia, uma oficina ambiental do manguezal, e uma visita técnica nas áreas do manguezal
em que duas turmas utilizam seus celulares para fotografarem o local. Como resultado notou-se que as áreas
que foram visitadas estavam bem devastadas por conta de resíduos sólidos, tais como embalagens plásticas,
metais, vidros, entre outros materiais. O terceiro capítulo, teve como objetivo a avaliação do fotodiagnóstico
como ferramenta metodológica em educação ambiental. Como recurso metodológico, realizou-se uma oficina e
um concurso de fotografia, e um grupo focal. Como coleta de dados foi aplicada a técnica do grupo focal pelo
qual visou que os participantes expusessem suas ideias, percepções, sentimentos, conhecimentos, etc., utilizou-
se também de uma análise de conteúdo. De acordo com os resultados encontrados no grupo focal, é que se
extraiu as percepções, ações, opiniões dos participantes.
4. Conclusões
Este artigo proporcionou elencar os materiais nas bases de dados selecionadas que apresentaram o conteúdo
Fotografia no Ensino de uma forma geral e também relacionado à área da Educação Ambiental. Os materiais
escolhidos abordaram temas que visaram uma prática relacionada á imagem fotográfica, bem como uma
reflexão sobre o seu uso. Analisando cada material singularmente, foi possível encontrar semelhanças em seus
objetivos e resultados propostos, diante disso notou-se inicialmente através das pesquisas, que existe um
número considerado baixo relacionado a fotografia como ferramenta didática no ensino, não apenas
relacionados ao tema Sustentabilidade, Educação Ambiental, mas também relacionados a outras áreas
pertinentes ao ensino.
Nos materiais encontrados denota a falta de interesse em se trabalhar a fotografia no ensino, e entre os trabalhos
encontrados, notou-se que nem todos os trabalhos se preocuparam na construção do olhar do aluno ao se
trabalhar a fotografia como um meio que o leve a aprender, mas que também foi vincula a questão de identificar
o espaço pelo qual o sujeito pertence, pois através da fotografia trouxe o foco a reparar sobre o que se passa em
sua volta. Trabalhos que proporcionam e buscam pelo desenvolvimento da linguagem visual, embasados na
construção do alfabetismo visual, são trabalhos relevantes a qualquer disciplina, por isso trabalhar a
interdisciplinaridade é necessário também na construção do olhar, do fazer, do agir, e sentir, entender que o
conhecimento também se da através daquilo que vemos e observamos.
Diante desse contexto, concluiu-se a necessidade de se estudar sobre a fotografia no ensino e buscar utilizá-la
como ferramenta no processo ensino aprendizagem, em que professor e aluno aprendem, sendo possível
trabalhar em muitos outros conteúdos.
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MACHADO, Daniele Francine et al. «O estado da arte sobre o uso da imagem fotográfica no ensino e na
educação ambiental»
Pag. 94
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